Conflito Israelo-Palestiniano

Finais do século XIX - 1920

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            As tensões entre judeus e árabes começaram a emergir a partir da década de 80 do século XIX, após a fundação do movimento Sionista (movimento político que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado Judaico). Nesta altura judeus provenientes da Europa começaram a emigrar, formando e aumentando comunidades judaicas na Palestina, através da compra de terras a otomanos, e da compra directa a árabes proprietários de terrenos. Estabeleceram-se assim, comunidades agrícolas nas terras históricas da Judeia e de Israel, que faziam então parte do império otomano.                  
             A 2 de Novembro de 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, o Ministro Britânico de Relações Externas, Arthur Balfour, emitiu o que ficou conhecido como a Declaração de Balfour, que dizia "O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o Povo Judeu...". A pedido de Edwin Samuel Montagu (político britânico) e de Lord Curzon (estadista britânico), foi inserida uma linha na declaração afirmando: "que seja claramente entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas na Palestina, ou os direitos e estatuto político usufruídos pelos judeus em qualquer outro país". A Legião Judaica, um grupo de batalhões compostos sobretudo de voluntários sionistas, ajudaram a Inglaterra na conquista da Palestina. Os árabes ficaram alarmados com a utilização do termo equívoco "lar nacional" e, de forma a apaziguá-los, a 7 de Novembro de 1918 o Reino Unido assinou com a França a Declaração Anglo-Francesa. Declarando como objectivo comum a ambos os países "a libertação final e completa dos povos que há muito são oprimidos pelos turcos, e o estabelecimento de governos nacionais e administrações (na Síria, Iraque e Palestina) cuja autoridade deriva do livre exercício da iniciativa e escolha por parte das populações indígenas”.                                                                                                       
            No entanto, em 1919, num memorando governamental interno, Balfour declarou que não tinha intenção de consultar os habitantes da Palestina sobre as suas aspirações, contrariando assim a Declaração de 1918 e a Declaração de Balfour na sua promessa de não prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas da Palestina. A oposição árabe a este plano conduziu aos motins de 1920 na Palestina e à formação da organização judaica conhecida como Haganah ("a Defesa", em hebraico), que consistia numa organização paramilitar judaica de carácter sionista, que teve inicio na década de 1920 e lutava contra os pogroms árabes e contra a ocupação britânica na Palestina, da qual mais tarde se separaram os grupos Irgun e Lehi.   
               
Em
Janeiro de 1919, foi assinado o Acordo Faysal-Weizmann que promovia a cooperação árabe e judaica para o desenvolvimento de uma Terra de Israel na Palestina e uma nação árabe numa grande parte do Médio Oriente. Este acordo resultou da Conferência de Paz de Paris de 1919 e foi de curta duração.